sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Modalidades de guerra segundo a forma ou desenvolvimento do confronto

Guerra civil - Conflito que envolve facções de uma mesma nação ou grupo. Possui como objetivo a separação (fratricídio) ou a tomada do poder. Ex.: Guerra dos Farrapos (Brasil), Guerra Civil Americana (EUA), Guerra Civil Espanhola (Espanha, 1936-1939). [10]
Guerra preservativa - ocorre quando uma nação, estando sob a ameaça de outra, não encontra alternativa senão a de tomar a iniciativa do confronto, fazendo isso como forma de defesa. São consideradas "legais", de acordo com a Organização das Nações Unidas(1948) ou Liga das Nações(1918).
Guerra de partida ou Ataque é a melhor defesa - a nação antecipa agressivamente o confronto, pelo conflito subversivo efervescente das massas, sem que existam provas consistentes o bastante para o justificar, antes do oponente do confronto. Ex.: invasão do Iraque, que culminou na queda de Saddam Hussein.
Guerra por procuração ou Guerra proxy - nações confrontam-se indiretamente, financiando os conflitos efervescentes ou subvertendo as massas populares, cujos resultados dizem respeito aos interesses delas. Ex.: ocasião em que os Estados Unidos da América financiaram a Grécia contra o avanço do comunismo (vide Doutrina Truman).Também podem ser consideradas guerras por procuração, as situações em que um país ataca outro, servindo aos interesses de um terceiro, como na Guerra da Coréia ou na Guerra Irã-Iraque.
Guerra fria - ocorre quando nações digladiam-se pela liderança global, através de conflitos indiretos, de corrida armamentista e tecnológica, espionagem ou subversão, guerras por procuração, guerras doutrinárias; sempre evitando o confronto militar direto, uma vez que este desencadearia uma escalada de aniquilação, na Era Nuclear, que levaria à Guerra Nuclear total. Ex.: Estados Unidos da América X União das Repúblicas Socialistas Soviéticas de 1945 a 1989 (vide tipo, "guerra nuclear").
Guerra subversiva, espionagem ou de guerrilha - é um tipo de guerra não convencional de confronto direto, no qual um dos grupos envolvidos pretende subverter a ordem estabelecida. Geralmente a principal estratégia utilizada é a ocultação e a extrema mobilidade de agentes autônomos, dos combatentes, geralmente envolvendo "guerra ou confronto de guerrilheiros". Embora a "subversão" seja encontrada em toda ou qualquer guerra, ou por atores não estatais ou pelos agentes do Estado invasor, nestes casos costuma haver uma clara vantagem dos grupos estabelecidos no poder sobre os subversivos. Ex.: FARC, na Colômbia, e em guerras urbanas modernas, contra os diversos tipos de tráfico ilegal, que confrontam com a sociedade e a cidadania, tentando formar um "Estado Paralelo", no exercício de poder. É utilizado também pelos Estados que pregam a invasão ideológica religiosa.
Guerra Revolucionária - é o tipo de guerra que ocorre durante uma Revolução ou que se segue a uma revolução ou golpe de Estado, onde um dos lados em confronto tem a intenção declarada de tomar o poder para modificar profundamente as estruturas políticas, econômicas e/ou sociais de um país. Muitas vezes tornam-se guerras civis prolongadas, quando o grupo revolucionário não tem condições políticas ou militares de tomar o poder. Ex: o período de 1918 a 1922 da Revolução Russa em que se confrontaram os exércitos bolcheviques ou vermelhos, contra os exércitos brancos, no que alguns chamam de Guerra Civil Russa; ou ainda, quando os revolucionários cubanos abandonaram a tática de guerrilha para adotar uma guerra aberta pela tomada do poder em 1958. Algumas guerras de libertação nacional também podem ser classificadas como revolucionárias, como normalmente é considerada a Guerra da Independência dos Estados Unidos, também chamada de Revolução Americana de 1776.
Guerra psicológica ou de propaganda - a população (de qualquer das partes) é manipulada para conseguir obter o seu apoio pela panfletagem e propaganda. A manipulação pode ocorrer mediante a transmissão de informações falsas ou assistência médica,por exemplo. É guerra psicológica, a manobra em que o interessado detém a fidelidade do povo ao suprir-lhes precariamente, suas necessidades básicas sem intenção verdadeira de viabilizar soluções. Aparentando apoio e atenção, sem perder o foco voltado em mantê-lo (o povo) atado e fiel através do medo, ignora o fato que se trata apenas da manutenção de sua miséria sobrevivência. Dessa forma o interessado os mantém calados, passivos, inoperantes e gratificados. Mantendo-os temerosos com seu futuro e ignorantes de cultura e informações da verdade, o interessado não terá oponente, como exemplo temos a guerra psicológica de propaganda de Adolf Hitler no passado e modernamente na propaganda do tráfego, tentando aliciar os cidadãos de bem em uma aventura duvidosa, temos em Goebbels, o ministro da propaganda da Alemanha Nazista, que afirmou que "...uma mentira dita várias vezes, acaba transformando-se em verdade, se não tiver respaldo legal que a negue..." Este é o princípio norteador da chamada guerra psicológica.

Modalidades de guerra segundo o tipo de armas estratégicas utilizadas

Guerra nuclear ou Terror Atômico- também conhecida como "terrorismo - estressante", em que foguetes de alcance mundial são utilizados para causar destruição total e irreversível no oponente. Seria um período específico da Guerra Fria, que vai de 1962 (período John Fitsgerald Kennedy e Nikitta Krubshev com a Crise dos Mísseis em Cuba) até à queda do muro de Berlim (1989). Jamais houve esse tipo de guerra na realidade, mas a ameaça do terror eminente, da espada de Demóscristo sobre a cabeça da humanidade sempre existiu, de haver o fim do mundo, o que inspirou de fato e de direito a Guerra Fria entre EUA (seus satélites) e URSS (e seus satélites). A síntese desta modalidade de tensão estratégica foi a "Destruição Mútua Assegurada", ou "Mutual Assured Destruction" (MAD em inglês, que também significa "louco" ou "estressante"). Esta lógica garantiria que, se um lado atacasse, o outro revidaria com força total, e ambos acabariam destruídos. Outra forma de Terro Atômico foi uma estratégia proposta pelos EUA: em último caso, atacar preventivamente alguns pontos estratégicos do inimigo, de forma a neutralizar uma possível reação nuclear deste. Esta seria conhecida como "Estratégia de Alvos de Uso Nuclear", ou "Nuclear Utilization Target Strategies" (ou apenas NUTS, em inglês "maluco") [16] [17] [18]. [19]
Guerra biológica- envolve como tática de guerra o uso de agentes biológicos nocivos (vírus, bactérias, doenças, etc). É possível considerar que o uso de táticas deste tipo foram utilizadas de forma consciente ou inconsciente pelos atacantes em diversos momentos da história da humanidade, confome descrito por Jared Diamond em seu livro Armas, Germes e Aço. A conquista da América teria inaugurado a guerra biológica em larga escala, pois os europeus trouxeram consigo doenças que dizimavam as populações nativas das Américas. No século XX armas biológicas foram intensamente utilizadas durante a II Guerra Mundial, pelas forças japonesas que atacavam a China e durante a Guerra da Coréia. O governo socialista de Cuba sempre acusou os EUA de pulverizarem pragas sobre suas plantações. Segundo diversas fontes do Pentágono, hoje forças políticas beligerantes, incluindo terroristas, utilizam-se dessa modealidade de guerra, no envio de cartas e objetos pelo correio contaminados com agentes patogênicos, como nos episódios ocorridos nos EUA logo após o ataque às torres gêmeas em 11 de setembro de 2001.
Guerra química - que envolve o uso de armas químicas. Esta modalidade de armas foi utilizada de forma ampla pela prmeira vez na I Guerra Mundial de 1914 a 1918 e que envolve a utilização de artefatos químicos, como gases venenosos como o mostarda, venenos ou napalm. Ex.: Guerra Irã-Iraque, a Guerra do Vietnã.

Questões humanitárias

A Primeira Guerra Mundial matou 10 milhões de pessoas. A Segunda Guerra, mais 50 milhões. A Guerra Fria, outros 20 milhões.
A quantidade de conflitos e o grande desenvolvimento dos meios de comunicação no século XX permitiram sensibilizar populações de diversos países sobre os problemas ocorridos principalmente durante a Guerra Fria e nos anos que a seguiram. Missões de paz tornaram-se cena comum, apesar dos diversos problemas enfrentados.
Hoje o principal produto das guerras, além da destruição, é o grande número de refugiados. A situação dos refugiados nos seus próprios países é precárias e insegura.
“Entre 1740 e 1974, o planeta teve 13 bilhões de habitantes e assistiu a 366 guerras de grandes dimensões, ao custo de 85 milhões de mortos. O resultado dessas guerras parece ter sido um prêmio à agressão, pois em dois terços delas o agressor saiu-se vencedor e, quanto à duração, 67% terminaram em prazo inferior a quatro anos” Francisco Doratioto, Maldita Guerra

Guerras Mundiais 1914-1945

Guerras na Europa, com repercussões nas colônias.
Conflitos regulares, simétricos e político-econômicos. As raízes do primeiro conflito encontram-se nas disputas imperialistas do século XIX. Militarmente a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) não teve uma solução, o armistício foi assinado sem que houvesse uma vitória real de um dos lados do conflito. A Revolução Russa ocorre neste período, bem como a Crise de 1929 e o surgimento do Fascismo. Estes novos fatores somados a questões não resolvidas em 1918 levam à Segunda Guerra Mundial (1939-45).
Guerra Fria 1945 – 1989/91
Europa: “coexistência pacífica”, as principais crises foram o Bloqueio de Berlim em 1948 e as intervenções da URSS na Tchecoslováquia e na Hungria.
Ásia e África: descolonização. Guerras contra os dominadores europeus e entre os grupos locais. Neste período ocorreram as guerras de independência ou descolonização, gerando conflitos de alta complexidade em que questões étnicas locais somam-se a fatores políticos e econômicos dentro de fronteiras artificiais traçadas por potências estrangeiras a partir do século XIX. Conflitos em geral irregulares e assimétricos. Exceções: Coréia, Índia e Paquistão, árabes e israelenses.
América: conflitos político-ideológicos, guerrilhas de esquerda contra os governos apoiados pelos EUA. Ditaduras militares ocorreram na maioria dos países.
Nova Ordem Mundial 1991 – Hoje
Pulverização dos conflitos pelo mundo. Predomínio da guerra irregular e assimétrica. Fragmentação da URSS e fim da Guerra Fria: nacionalismos étnicos dentro da Rússia, no Cáucaso e na Ásia Central. Continuidade na África dos choques pós-descolonização, incluindo as questões étnicas. Ondas de refugiados. Aumento dos choques culturais Islã-Ocidente. Aumento da presença militar dos EUA no mundo. Intervenções dos EUA no Oriente Médio: fragmentação do Iraque e instabilidade regional ampliada. Conflitos entre Estados e grupos autônomos. Israel e Hizbollah, EUA e Talebã – Al Qaeda.
Níveis técnicos:
Pré – 1914 Combate próximo, de fogo com mistura de armas o e cargas de baioneta. Uso de cavalaria para reconhecimento e eventuais cargas rápidas. Artilharia como apoio à tropa. No mar, grandes encouraçados e duelos de artilharia.
Guerras Mundiais 1914-1945 Início da mecanização da guerra, com o desenvolvimento de tanques de guerra e outros carros de combate. A Primeira Guerra foi basicamente uma guerra de posições (trincheiras). A Segunda Guerra foi uma guerra de manobras. O desenvolvimento dos veículos permitiu mais mobilidade, a força aérea iniciou os bombardeios estratégicos. Apesar das diferenças táticas e tecnológicas, os conflitos foram bastante semelhantes, com muito contato próximo.
Guerra Fria Neste período foram aperfeiçoadas diversas invenções da Segunda Guerra, tais como: mísseis balísticos, propulsão a jato, helicópteros e o armamento nuclear. Os conflitos deste período apresentam grande variedade técnica. Países pobres ou grupos guerrilheiros utilizaram armamento pouco superior ao visto no período anterior. Armas leves, minas terrestres e técnicas de guerrilha foram comuns. Países ricos mantiveram seu arsenal atualizado e adaptaram suas táticas e estratégias aos novos armamentos disponíveis. Televisão e satélites passaram a influenciar os conflitos. As imagens mobilizaram a opinião pública, os satélites revolucionaram a análise de dados e a captação de informações.
Nova ordem mundial O colapso soviético gerou a desmobilização de diversos exércitos, mas também causou conflitos. Informática, armamento nuclear tático, mísseis e bombas “inteligentes” guiados por satélite, GPS ou laser, passaram a ser usados para reduzir o custo humano entre os exércitos de países ricos. A tendência para estes países é abandonar os grandes contingentes visando maior utilização das chamadas “tropas especiais” ou “tropas de elite”. Estas tropas atuam em números menores, amplamente amparadas pela tecnologia e são treinadas especialmente para missões em guerras irregulares. Para os países pobres continuam valendo os níveis técnicos inferiores. Não há uma regra, conflitos podem ser travados com facões ou metralhadoras, mas raramente apresentam blindados, aviação e marinha. Tais elementos aparecem apenas em pequenas quantidades.

Motivações

Toda Guerra tem diversas causas, mas geralmente é possível identificar uma causa principal. As vezes é difícil distinguir as causas reais de uma guerra, das justificativas e discursos adotados pelos atores envolvidos na guerra. As guerras totais geralmente envolvem várias das causas apresentadas a seguir, simultaneamente.
Poder - Toda guerra envolve em algum grau a disputa por poder. Geralmente a disputa por poder é mais clara nos conflitos envolvendo grupos políticos que querem tomar o controle sobre o Estado, em uma guerra civil ou revolucionária, ou em disputas envolvendo grandes potências pela liderança de uma região ou do mundo.
Economia e riqueza- A maior parte, senão a totalidade das guerras envolvem motivações econômicas, que vão desde a posse de bens ou riquezas, até o controle de recursos econômicos estratégicos. Podem ter por objetivo a conquista de territórios, recursos e mercados ou a eliminação de sistemas político-econômicos competidores rivais. São mais pronunciadas nas guerras modernas, quando os Estados já são orientados por uma lógica mais industrial-financeira e recursos muitas vezes raros tornam-se essenciais em determinados processos produtivos. Teoricamente conflitos deste tipo tenderiam a ser analisados pelos beligerantes em função de seu custo e benefício. Quando bem planejadas, os alvos são claramente definidos (infra-estrutura do adversário) e as ações militares buscam a resolução mais rápida possível, minimizando baixas e custos. Em alguns casos de guerras civis, nota-se que a causa principal da conflagração militar é a disputa por recursos naturais estratégicos ou de alto valor, como diamantes, metais raros, ou petróleo, comumente denominadas Guerras por Recursos Naturais [21] [22] [23]. Em alguns casos, até mesmo terras férteis e água podem ser considerados recursos valiosos em disputa por grupos rivais, a ponto de deflagarem guerras civis ou conflitos locais [24]. Mesmo quando a disputa por estes recursos naturais não deflagra diretamente o conflito armado, em muitos casos, tal disputa é determinante para a manutenção do confronto. [25]
Imposição de ideais- Este tipo, mais amplo, é gerado tanto por fatores isolados (religião, política ou economia) ou pelo simples fato de considerarem-se superiores aos outros, de grupos que consideram as características pessoais que possuem como sendo perfeitas, considerando todas as outras obsoletas. Neste tipo normalmente se atacam a cultura de determinado povo ou grupo rival, exterminando seus conhecimentos, suas idéias e opiniões sociais. Como exemplo aqui pode-se citar os holocaustos bibliográficos, onde os alvos principais são os centros retentores de conhecimentos, as bibliotecas.
Classe Social - Algumas das guerras revolucionárias são consideradas como tendo como causa principal o confronto entre classes sociais, como nos casos da Revolução Gloriosa, na Inglaterra, Revolução Francesa ou na Revolução Russa.
Etnia e Religião- Estas motivações podem ocorrer em conjunto ou separadamente. Conflitos justificados por rivalidades étnicas e religiosas são o tipo mais antigo e permanecem atuais. O apelo étnico e religioso “justifica” o conflito como um dever histórico e o passado “fundamenta” a guerra do presente. Motivações deste tipo frequentemente geram abusos, como o extermínio de populações inteiras, na forma de etnocídios e genocídios. Sua lógica precede a lógica da política moderna e do Estado, embora este tipo de justificativa continue sendo utilizada na atualidade para diversas guerras recentes.
Dificuldades para análisar a complexidade cultural e social em determinados conflitos geraram alguns dos maiores desastres humanitários do século, como na Guerra Civil em Ruanda. Conflitos em que se usa a motivação écnica como justificativa são encontrados principalmente em países que foram colônias durante os séculos XIX e XX, onde o Estado Nacional ainda não se estruturou por completo nem há uma clara identidade nacional além dos laços familiares, de clãs ou étnicos.

Modalidades de guerra segundo a abrangência do conflito

Guerra Mundial ou Guerra Global - Que envolve nações de diversos continentes diferentes, com confrontos em mais de uma grande região ou oceano do mundo. Geralmente apresentam características de "Guerra Total" para alguns dos países que participam do conflito. Geralmente está em questão a disputa pela liderança mundial. Em algunas casos são formadas pela conexão de várias guerras regionais em um único confronto. Ex: Guerras Napoleônicas (1803–1815), I Guerra Mundial (1914-1918), II Guerra Mundial (1931-1945 na Ásia e 1939-1945 na Europa).
Guerra Inter-regional ou Grande Guerra- Guerra que envolve um conflito central entre dois ou três países que formam o núcleo do confronto, mas que acabam envolvendo vários países ou povos de todo uma macro-região, área continental ou duas regiões próximas. Pode contar, as vezes, com o envolvimento de poucos países extra-continentais ou extra-regionais participando como atores secundários. Um ou dois dos países centrais do confronto podem apresentar características de envolvimento de "guerra total", mas a maioria dos países se envolve como uma "guerra limitada". Geralmente está em questão a disputa pela liderança em uma macro-região ou continente. Alguns consideram que esta é simplesmente uma modalidade mais violenta de Guerra Regional. Alguns casos de conflitos deste tipo acabaram levando à conflarações ainda maiores, ou se tornando parte de uma Guerra Mundial, como o caso da Segunda Guerra Sino-Japonesa (1937 a 1945), que se tornou uma parte da II Guerra Mundial. Ex: Guerras púnicas, Guerras Médicas, Guerra do Paraguai (1864 - 1870), Guerra dos Sete Anos (1756 – 1763).
Guerra Regional - Formato de "guerra limitada" que envolve diretamente ao menos dois países e envolve contingentes militares expressivos, geralmente com envolvimento indireto de outros países do continente ou região em questão. A escala do cofronto nunca atinge a de "guerra total", e muitas vezes, quando a guerra tem uma duração maior no tempo, se torna comum a utilização de táticas de guerrilha. Algumas guerras civis acabam se tornando guerras regionais quando envolvem os países vizinhos no confronto. Geralmente está em questão a disputa pela liderança regional. Ex: Guerra franco-prussiana (1870-1971), Guerra Hispano-Americana (1898), Guerra do Pacífico (século XIX) (1879-1883), Guerra Russo-Japonesa (1904-1905), Guerra Civil Angolana (1975-2002), Segunda Guerra do Congo (1998-2003), Guerra das Malvinas (1982), Guerras Árabe-Israelenses.
Guerra Local e Pequenas Guerras - Modalidade de guerra claramente restrita no tempo e no espaço, que inclui guerras entre apenas dois Estados, em uma região claramente delimitada, sem uma escalada para a guerra regional nem o envolvimento direto de terceiros atores. Ex: Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894-1895), Guerra na Ossétia do Sul em 2008, Guerra Eritreia-Etiópia (1998-2000), Guerra do Chaco (1932 a 1935). Embora alguns autores classifiquem as Guerras Civis como formas de Guerra Local, quando não há o envolvimento direito de atores de fora da nação no conflito, as guerras civis de baixa intensidade também podriam ser consideradas um subtipo ainda menor, por envolver atores não-estatais, o que levaria à classificação como "pequena guerra" (em inglês small war[9]).

Modalidades de guerra segundo a intensidade do confronto

Guerra Total- Travada entre os países europeus em diversas ocasiões, com objetivos políticos e econômicos. A Guerra Total é o conflito que envolve todos os recursos de um Estado e de uma sociedade. Segundo Clausewitz, só existiria no plano das idéias ou do planejamento, e sua forma "real" seria a Guerra Absoluta[1] Ex: Guerras Napoleônicas, I Guerra Mundial e II Guerra Mundial.
Guerra limitada - De certa forma, toda Guerra que não se torna uma guerra total poderia ser considerada uma guerra limitada. Entretanto, esta seria uma modalidade específica de guerra, limitada no tempo e no espaço, com objetivos pontuais claros e bem definidos, geralmente envolvendo um calculo razoável da relação custo-benefício da escalada do conflito. Campanhas rápidas visam atingir objetivo político ou econômico com o menor desgaste possível. A maioria das guerras travadas entre Estados incapazes de sustentar um conflito longo ou de vencer uma guerra rapidamente pode ser considerada uma Guerra Limitada. Exemplos: as guerras fronteiriças entre Peru e Equador em 1941 e 1995, a Guerra Sino-Soviétiva de 1969, e a Guerra entre Índia e Paquistão na região de Kargil, entre maio e julho de 1999 [2][3].
Guerras intermitentes ou guerras crônicas- É uma modalidade de conflito reincidente, onde há períodos de confronto seguidos de períodos de relativa calama. Muitas vezes os objetivos políticos nem sempre são claros ou vão sendo modificados com o tempo. Na modernidade, muitas vezes, estas guerras prolongam-se devido a fatores locais, como a própria economia de guerra, que passa a manter o conflito, geralmente incluindo a formação de liderenças locais chamadas de "chefes da guerra". Frequentemente ocorrem após guerras de independência, em países onde não ocorreu a consolidação de um Estado-Nação ou o Estado-Nação é muito frágil. Exemplos: a longa sequencia de batalhas entre França e Inglaterra conhecida como Guerra dos cem anos; a Guerra Civil na ex-Iugoslávia (1992-1995 e 1999-2000) que levou à fragmentação do país; a sequência de guerras civis e invasões estrangeiras que acometeram o Afeganistão, e a sequência de conflagrações armadas na República Democrática do Congo, que vai desde a guerra da independência nos anos 1960, a guerra civil a partir dos anos 1960, até as guerras recentes (ver: Primeira Guerra do Congo e Segunda Guerra do Congo)[4]
Guerra de guerrilha - Guerra que envolve o uso de pequenos contingentes militares, muitas vezes não estatal, contra um exército organizado pertencente a um Estado formal. As guerrilhas geralmente utilizam-se do que se convencionou de "táticas de guerrilha", com grande mobilidade das forças, uso de emboscadas, ataques surpresa, ataques rápidos seguidos de fulga, sabotagem e terrorismo, táticas de atrito e confronto indireto.
Guerra diplomática - confronto político que considera-se o estado "ideal" da guerra, ou seja, uma guerra em que prevalece a diplomacia ou o entendimento entre os povos, a estratégia e a racionalidade do entendimento, não havendo inspiração de ordem emocional ou moralista. Geralmente encontrada em sistemas internacionais propícios ao equilíbrio de poder (vide relações internacionais), segundo Napoleão I, "...as guerras armadas nascem quando as guerras diplomáticas morrem